Por trás das convenções

27.3.11

O que é o que é? Amor. [parte 1]


            O amor não é dependência, o amor é escolha.
            Ser livre, independente, autoconsciente, responsável por si mesmo e ainda assim decidir estar no mesmo lugar.
            A prisão não é o lugar do amor, mas sim do medo. O medo que se instala e mantém os indivíduos nas águas paradas da mútua e compartilhada solidão. A dependência só permeia a crosta superficial, não se aprofunda no outro, mas nas sensações pessoais próprias, no levante do ego, nos vícios egoístas que são suscitados pela interação com o outro. Mas isto é estar completamente enterrado em si, apaixonado pelas próprias emoções provocadas pelo outro. Trata-se da solidão absoluta, prisão de segurança máxima. Insegurança máxima: o medo de adentrar no outro e se abrir para o exame.
            A fobia de se transformar, o apego ao próprio EU (inabalável Eu) e o fascínio pela idéia que se faz do outro são o suficiente para não se permitir amar.

Renda-se, como eu me rendi

            Amar é viver a aventura diária de ser escolhido, da renovação do voto sob as transformações ocorridas diante do atravessamento do outro.