13.9.07

Aonde foi parar o "natural"?


Ontem a noite, voltando para casa, me assustei com uma cadela que estava atrás do poste, pensei que fosse uma pessoa (hoje em dia a gente se assusta mais com os animais da nossa própria espécie), mas quando vi era uma cachorrinha vira-lata bem simpática que ficou me encarando! fiquei olhando pra ela também, sem emitir nenhum som mas acho que ela sentiu que eu a apreciava e começou a abanar o rabo! Veio me acompanhando até a entrada do prédio, entrei, ela ficou olhando pra mim com um olhar tão desconsolado... abri o portão pra ver se ela entrava, mas apenas levantou as orelhas e abanou o rabo freneticamente. Certamente se eu a tivesse chamado ou estalado os dedos ela tivesse entrado. Mas tive que entrar no prédio e ela foi embora toda conformada (talvez pensando ''humanos, hunf!").
É impressionante a sintonia que existe entre a natureza e seres humanos... apenas por olhares se consegue comunicar com os (outros) animais... e tem gente que ainda acha que eles são como objetos... Afinal, somos todos elementos naturais, compartilhamos da mesma essência existencial, entretanto fomos perdendo essa naturalidade de acordo com a ''evolução'' da humanidade. As pessoas não se olham mais nos olhos, não costumam ''perder tempo'' com outras pessoas, estamos sempre apressados, cheios de coisas a fazer, resolver, realizar, qualquer outro empreendimento se tornou mais importante do que a convivência, as relações humanas. Caminhamos contra nossa própria natureza; desmatamento, poluição, queimadas, damos fim à nossa própria fonte geradora de vida e energia vital. Até quando a natureza vai aguentar ou quando é que as pessoas irão perceber que estamos todos ligados e que quando prejudicamos alguém ou o meio ambiente é a nós mesmos que estamos fazendo mal?
Fiquei pensando nisso, no caminho do meu apartamento, depois do episódio da cadelinha vira-lata. E quando entro em casa, abro o congelador, está cheio de defuntos lá dentro: galinhas, peixes, bois. Geralmente quem cria cães afirma que jamais comeria a sua carne, ou seja, é tudo uma questão de afeto; mas TODOS os animais têm tanto direito de estar aqui quanto nós, portanto deveria existir afeto para com todos os animais, mesmo os "irracionais" (acho essa classificação um tanto equivocada), pois sempre teremos algo em comum com eles, no mínimo comungamos da existência, do mesmo planeta. Devemos ser o que desejamos ver no mundo, através de nossos pequenos atos aumentamos cada vez mais nossa esfera de ação, modificando comportamentos, tradições, hábitos e ideologias virtuais que não se aplicam a um mundo real... e vivo!




5 comentários:

Anônimo disse...

Muy bueno tu blog.
Saludos.

Amanda Bezerra disse...

Isso se chama urbanização e capitalismo!
A correria, a falta de tempo para as pessoas e a vida em torno do relógio.
E quanto aos bichos..
eu acho saudável comer a carne, mas sem excesso! O problema é que o homem começou a matá-los pensando no capital. A indústria é o problema. Daí surgiram as piores atrocidades de matar o bicho, só pensando na forma mais rápida e econômica (em larga escala).
O velho ditado né..
"Tudo de mais é veneno".

NenaH 4ever disse...

oiiee tudo bem??
adorei seu blog, super interessante esse post!!
passa la no emu blog e comentah!!

Flávio A disse...

é, você faz pensar bastante. eu gosto dos cachorros de rua. eles são muito amistosos \o/

e vc não sabe o quanto é reconfortante abrir o congelador e só ter açaí lá dentro.
huahauhauahahuha
=D

T. Alvez disse...

sabia que eu gosto da forma humana com que escreves?

tratando humano como um adjetivo muito gratificante.

eu também amo animais e se pudesse os levava todos pra casa comigo e aprendia a lingua deles pra manter um diálogo além-sentimento.
São olhos de quem vêem as ruas de uma forma diferente da nossa.

ok eu maneiro no que me disseste mas gostei de você ter lido meu singelo texto.

a propósito, também gosto de conversar com aquela velha cervejinha e elisa do lado, fazia bem mesmo eu estando tão ausente.

um abraço pra uma pessoa que eu não conheço a profundo mas que tenho admiração no pensar.